Por Fisioterapeuta Rosana Pedroso Crefito 107358-F18/07/2016
Os profissionais da fisioterapia afirmam que, com o acompanhamento adequado, o tratamento fisioterapêutico pode proporcionar mais qualidade de vida para mãe e bebê, além de contribuir para a melhora da circulação sanguínea, o equilíbrio corporal e postural. Também trata e previne transtornos circulatórios, diminui desconfortos intestinais e câimbras nas pernas, alivia dores na coluna e músculos, acelera a volta das funções orgânicas da mulher após o parto.
A gravidez é considerada um estado de muita felicidade para a maioria das mulheres, mas, nem tudo é apenas realização nessa fase. Quem já foi mãe sabe que são grandes as alterações que o corpo da mulher sofre para se adaptar ao desenvolvimento do bebê. Essas mudanças, aliadas às oscilações hormonais, modificam o funcionamento do sistema digestivo, circulatório, urológico, respiratório e musculoesquelético, podendo causar desconforto, limitações, cansaço e dores.
Durante a gravidez, o corpo sofre várias mudanças, como o aumento da cintura, do quadril e das glândulas mamárias. Há também uma mudança no centro de gravidade, aumentando a curvatura lombar e causando muitas dores. Em alguns casos, pode ocorrer até o pinçamento do nervo ciático. Outras alterações comuns são a compressão do diafragma pelo útero dilatado -causando dificuldade respiratória e mudança do eixo do estômago; elevação da freqüência cardíaca e do volume de sangue; aumento do líquido corporal, podendo provocar edemas.
O acompanhamento de um fisioterapeuta no pré e pós-parto ajuda a mulher a lidar com as adaptações fisiológicas ou patológicas, ocorridas durante a gravidez e auxilia no preparo da musculatura que será utilizada durante o parto. Esses cuidados minimizam possíveis complicações, tanto durante a gestação quanto no pós parto.
A fisioterapia deve ser iniciada nos primeiros meses de gestação, para a realização de um trabalho completo de prevenção e adaptação do corpo às alterações durante a gravidez.
Os tratamentos devem ser mantidos durante toda a gravidez. Nos meses iniciais, trabalhamos o fortalecimento da musculatura envolvida no trabalho de parto, como os músculos do períneo e abdominais, além da musculatura da região posterior da coluna, responsável pela sustentação da postura. A musculatura de membros inferiores é preparada para sustentar o aumento de carga de peso e a alteração do centro de gravidade. Também são feitos exercícios metabólicos e respiratórios para se prevenir ou minimizar os edemas. Já nos dois meses finais, o enfoque maior é dado ao relaxamento e manutenção do tônus muscular e os exercícios respiratórios auxiliadores do trabalho de parto.
Fisioterapia no pós-parto
O objetivo da fisioterapia no pós-parto é auxiliar a recuperação e no retorno da capacidade funcional da mulher. A atividade previne ou minimiza sequelas do parto, como fraqueza muscular, diástase de musculatura abdominal, incontinência urinaria pós-parto e deiscência de sutura e formação de aderências. Todas as mulheres logo após o parto deveriam ser acompanhadas pelo fisioterapeuta, afim de uma melhor recuperação.
A preparação da musculatura envolvida e o trabalho respiratório de auxílio ao parto, facilitam a expulsão do bebê e tornam o parto normal mais tranqüilo e seguro. No caso da cesariana, o trabalho do fisioterapeuta ajuda na reeducação postural pós-operatória, no retorno da atividade e tonicidade muscular com mais rapidez, além de prevenir a formação de aderências e instalação de tromboses pós-operatórias. Ajuda, ainda, na minimização do quadro de dor pós cirúrgico.
O trabalho da fisioterapia com a mãe deve começar no pós parto imediato (nas primeiras 48 horas). Isso irá ajudar na recuperação mais rápida, auxiliando no controle da dor, na reeducação postural e na orientação relacionada à amamentação.
Pacientes acompanhadas pela fisioterapia conseguem ter mais qualidade de vida, nesta fase tão única.